Seria uma manhã de Outono como tantas outras, se a afilhada
do José, com cara de inverno carrancudo não me estragasse o dia, injustiçada
com a injustiça da medida, que a justiça aplicou ao padrinho Sócrates.
A afilhada rejubila de ver o “mestre Mário” e seus discípulos,
a desancar na justiça, pelo tratamento vergonhoso que dão ao ex-Governante
exemplar. Mário Soares, também ex-Primeiro Ministro, ex-presidente da Republica
e conselheiro de Estado, protagonizou uma cena degradante entre o patético e o
preocupante. O patético: de caras. O preocupante, é que o homem anda convencido
que é o País, e que o país inteiro pensa como ele. Mal andaremos nós e o
recluso 44, se continuarmos a receber lições de moral e visitas deste nível tão
elevado.
Deveria o Mário ouvir com mais atenção o Papa Francisco, e
as 15 doenças que este verdadeiro líder Mundial diagnosticou na Cúria Romana,
validas também para o Mundo em geral, onde aconselha os Mários de outras Cúrias
menos católicas, a visitar os cemitérios para ver os nomes dos que se “achavam imortais, imunes e indispensáveis”.
Da direita à
esquerda, estamos engolidos por esta camarilha de “inDispensáveis”
que se diz democrata, que cilindra os princípios e o respeito que exigem aos
outros, uma casta politica privilegiada, que reage como vespa asiática atacada
no ninho, sempre que o tacho começa a arder, e lhe cheira um possível
encolhimento das regalias e do estatuto social, que defendem com unhas e
dentes, e com a habitual falta de respeito pela justiça que vem de longe, estampada
na célebre frase de Ferro Rodrigues a António Costa, proferida nas escutas do
processo Casa Pia: “Estou-me cagando para o
segredo de justiça”. Que mais se
poderá esperar deste tipo de gente.
Que Santo milagreiro conseguirá livrar-nos desta classe de
privilegiados, que nasce embrulhada no cueiro da bandeira partidária, e nos
tachos das instituições públicas, para depois caminhar até á assembleia da
república, símbolo da nossa democracia, transformada no símbolo da nossa Caverna
de Ali Babá, onde os Ali Chupistas iniciam a conta-poupança, disfarçada em
contratos de duvidosa legalidade com as empresas onde jazem em final de
carreira, servindo de caixeiros-viajantes entre o ubre que mamaram, e a teta que
continuam a mamar. Como é possível estes mamões conseguirem guindar-se aos mais
altos cargos da Nação.
1º, ao contrário do que se pensa, os ricos não poem nem tiram
governos, financiam partidos e coabitam lindamente com quem está no poder, seja
o António, o Pedro ou o Paulo, lá estarão representados desde o Rés-do-chão até
ao cume do telhado. Depois é a política do pisca-pisca segundo a direção que
interessa tomar.
2º, a classe-média espezinhada (coitada), completamente
falida e destroçada, não tem tempo nem força para riscar seja o que for. Apenas
tem liberdade de puxar a carroça com os lucros dos ricos, as despesas dos
pobres, e governar-se com as migalhas que lhe restam. Se poupar as que caíram
da mesa, ainda terá de pagar 25% de impostos sobre o 1% dos juros que conseguiu
ganhar.
3º, o pormenor do por maior desastre em que vivemos, está na
fasquia dos 45% isentos que não pagam impostos, onde se infiltram os parasitas,
mascarados de pobrezinhos muito carentes mas pouco inocentes, que constituem o
verdadeiro Eldorado dos políticos. Elegem quem lhes apetece. Em vez de pagar,
recebem impostos, trasvestidos em ajudas
sociais da renda de casa, água e luz, despesas escolares dos filhos,
tabaco, copos, cabeleireiro, e pedicura nos bailaricos dos Tónis Carreiras
deste país.
A afilhada dos 45%, andaria menos deprimida se prestasse
mais atenção às jogadas dos governantes exemplares. É que, os luxos de uns, as
(novas) oportunidades e rendimentos (mínimos) de outros, são a desgraça de
muita gente, sem oportunidades nem rendimentos nenhuns, que definham ao ritmo
que os parasitas proliferam.
Os parasitas 45%, não
querem saber dos 44, nem “do aterro
sanitário da Cova da Beira em que o exemplar governante foi visado diretamente
em 2003 por ter sido pago para garantir a adjudicação da obra ao amigo.
Seguindo-se o caso do Freeport e os € 2,5 milhões do suposto pagamento de luvas
em 2004. Da licenciatura em Engenharia Civil ao domingo em 2007. Das Casas da
Guarda onde o exemplar governante assinou perto de 30 projetos de borla quando
era deputado em exclusividade”. Poderiam querer saber também, “da compra da casa na Rua Braamcamp por €
235 mil em 2009 quando o vizinho pagou € 351 mil por uma igual. A, Face Oculta,
Taguspark e a suspeita de atentado ao Estado de Direito por alegada tentativa
de compra da TVI pela PT, e o suposto controlo da comunicação social. Seguindo
viagem a todo o gaz com o mercedes S 550 CDI de € 95 mil, e a casa de € 3,0 milhões no bairro mais chique da cidade luz”.
Enfim, ninguém está interessado em saber nada sobre o exemplar anjinho,
protegido pelos anjos, “Pinto Monteiro,
NoRonha do Nascimento e Cândida de Almeida”, que tudo fazem para
o levar no andor até ao paraíso.
Os 45% da
populaça, passam pela crise como cão por vinha vindimada, acompanhados à
guitarra pelo 44 da nossa desgraça, e à viola pela restante quadrilha de
sacanas que sugam 10 milhões de bananas, fartos de ver esta pandilha em todos
os crimes de corrupção nacional, assim que na dança das cadeiras no Governo, e
nos mochos dos Calabouços, onde enriquecem o currículo cadastral, depois de ter
enriquecido a carteira, com os assaltos ao “BPN,
BES, Vistos Dourados, Monte Branco, Taguspark, Face Oculta, Operação Marquês,
Tecnoforma, Casa Pia, Submarinos-afogados, Blindados-enferrujados, Portucale,
Operação Furacão, etc etc. Neste etc faltam as 260 viaturas Blindadas Pandur,
pelas quais a empresa fornecedora ofereceu € 705 mil em contrapartidas, e segundo
o (DN) faltam €189 mil que devem estar Pandurados por aí”.
Para quem anda de candeias às avessas, é estranho que de uma
só paulada se façam os dois únicos acordos partidários do triénio. Depois da
paulada das subvenções vitalícias, vem a cacetada da lei da rolha: “Calai-vos
com o meu 44, que eu me calarei com os arquivos dos vossos Submarinos,
Tecnoforma e Vistos Dourados”.
É pena que um povo civilizado ainda tenha necessidade de ser
orientado por este tipo de política pré-histórica, correndo o risco de passar a
vida perdido à procura do caminho, comprometendo o futuro dos descendentes,
transformando-os em parasitas incompetentes, à imagem destes “iMortais”, a coisa mais nojenta e miserável
que já vi debaixo das estrelas. Em vez de governar governam-se, delapidando o
povo que deveriam proteger.
O rótulo de caloteiros que nos querem colocar na testa, fica
tão bem estampado nos dentes destes “inSubstituíveis”
que envergonham a sociedade. É triste ver o povo de braços caídos a permitir
que se transmitam estes miseráveis exemplos aos nossos jovens: “onde
governar a roubar é regra, ser apanhado é exceção”.
Faz lembrar-me a história do
burro. “Numa visita ao norte, um futuro engenheiro de Alijó, comprou um burro
por 100 euros ao Ti Manel, que combinou de entregar-lhe o burro no dia seguinte.
Mas quando voltou deparou-se com a má notícia. O burro tinha morrido. Então
devolva-me o dinheiro! Não posso, já o gastei todo respondeu o Ti Manel. Então
vou levar o burro morto. E que vais fazer com ele? Vou rifar o burro. Estás
maluco? Vais rifar um burro morto? Obviamente não vou dizer a ninguém que está morto.
Um mês depois, encontrou o visitante e perguntou: Então, o que aconteceu com o
burro? Como lhe disse, rifei-o com 1000 rifas de 1 euro, e arrecadei 1000
euros. E ninguém se queixou? Só o vencedor. Devolvi-lhe o euro que gastou e ficou
tudo resolvido”.
Moral da história. A
negociar burros, o artista chegou ao Palácio de São Bento em Lisboa, com férias
pagas no Bairro 16 em Paris e no Estabelecimento Prisional de Évora, via Carregueira,
antes de ir fixar residência em Monsanto, para a desmama na mama dos burros mortos”. Com esta malta ou
abrimos o olho, ou passamos a vida a comprar rifas!
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