Na biografia de Passos “Somos aquilo que escolhemos ser”, falta
a vida boémia de Coelho nos copos, nos fados e nas guitarradas, onde se aprende
de tudo menos a governar, mas que assenta como uma luva a Gregos e Lusitanos, que
tem aquilo que merecem por terem escolhido de confiar o poder neste tipo de
gente, que transformou o País numa coutada senhorial de retiro para abastados euro-aliados,
que olham para os nossos governantes como uns pelintras parodiantes euro-depenados,
entretidos a parodiar um povinho geneticamente ignorante e baixinho que nem com
as botas do pai calçadas consegue comportar-se como gente grande.
Até os que como eu são fãs do “poeta”
Quim Barreiros, e de suas poesias verdadeiras obras-primas tal como “tira o carro mete o carro na garagem da
vizinha”, e as deliciosas “ tetas da
cabritinha” a liderar as audiências: não podemos ficar insensíveis às
parodias da Tragédia Grega, com destaque para a viral peça, “os prometedores de promessas”
magistralmente interpretada pelos parodiantes da trupe “Syriza” e seus principais
atores Aléxis Tsipras, Yanis Varoufakis & Cª, sobejamente aclamados no meio
da parodia-teatral como verdadeiras estrelas (de)cadentes com lata para levar suas
obras ao mais alto lugar do pódio no euro-grupo, um género de festival de
Cannes.
Assim por alto em atalho de
foice, a paródia evoca um partido politico que promete acordar os (Deuses)
Gregos para chegar ao poder e transformar um país falido, desleixado e desfalecido
na “Alice do País das maravilhas”.
Tudo começa com multidões e coloridos de bandeiras ao vento, cartazes ao
tempo, acompanhadas de música pimba, sons de cornetas e vuvuzelas, tambores e
taramelas, com discursos de trombeta angelical anunciando a vinda do Senhor e
do Pai Natal, carregado de noites de sonho e manhãs que cantam, para oferecer aos
apaniguados que reivindicam o tacho público bem-rapado-e-mal-lavado que perderam,
embrulhado em mais duas décadas de vida airosa na reforma a partir dos 45, à
luz do dia e da eletricidade sem recibo à pala da companhia, não esquecendo o
aumento do salário em 250€ para custear a longa e feliz reforma que tem pela
frente. Em delírio, aplausos e aclamação terminou o 1º ato, “Os prometedores de
promessas”.
Aproveitei o intervalo para “escoar
as batatas” e dar uma olhada na paródia à Portuguesa da sala ao lado, cumprindo
a velha tradição de ter sempre um olho no burro e outro no cigano. É que se
vigiamos só o cigano o burro come-nos as couves, se vigiamos só o burro o
cigano limpa-nos a carteira, e se por desgraça aparecer um SiRysita Lusitano mais
vale fugir.
Decorria a bom ritmo a peça “Os SiRysitas Lusitanos”, interpretada por
um elenco rasca de reles qualidade liderado pelo “Costa”, o “rasteirinhas” para
os amigos, sempre à espreita da desatenção dos camaradas e do povo para passar-lhes
a perna, e mais conhecido do público em geral pelo “Costa Concordia” com os
Chineses, para agradecer-lhe a colaboração no desenvolvimento do País por terem
amarfanhado a EDP, REN, Seguros e derivados, estes fulanizados no Catroga, no Vitorino
e no Amado como brindes compensatórios.
Voltei à sala da Tragédia para ver o 2º ato de “Os prometedores de promessas” que abriu com os atores de colarinho
levantado e cachecol enrolado, a sobrevoar as promessas feitas até à sede do
euro-grupo, a fim de tentar transformar as promitentes ilusões em reais concretizações,
que segundo eles deveriam cair do céu aos trambolhões no dia de são-nunca-à-tarde
pela fresquinha.
Já reunidos com os
euro-parceiros, sem perdas de tempo nem meias tintas informaram; “Nós fazemos promessas
e vosselências vão paga-las”, com notabilidade
pulha acentuada de uma polidez de bandalhos, aconselharam os parceiros a roubar-nos
honradamente mais uns cobres até aos 70, para eles poderem aliviar a albarda a
partir dos 45, passando a carga para os mártires de sempre que só por milagre
alcançaremos a idade jubilar tão desejada.
Tudo corria de feição, até que a malta do euro-grupo decidiu responder em
euro-coro, afinado que nem o “Grupo Coral Públia Hortência”, acompanhado da
coreografia de um magistral manguito, daqueles igualzinho ou superior ao
imortalizado pelo patriota Bordalo Pinheiro, com a recomendação; “Queres fiado? Toma”.
Mesmo assim, o parodiantes do colarinho
levantado e cachecol enrolado, conseguiram água fresquinha suficiente na pia
para batizar a Troika de “Instituições”, os Credores de “Parceiros” e para retardar
por algum tempo o 3º ato da Tragédia Grega anunciada.
Mais uns meses de populismo e de ilusões, com as
respetivas convulsões, seguidas de eleições que o feixe e a machadinha ganharão
para dar razão ao proverbio popular: “Queres
conhecer o vilão? Mete-lhe a vara na mão!”
O manguito “Made in Portugal” dedicado
aos parodiantes Gregos, adornado da monumental cantoria, resfriaram um tanto os
ânimos dos nossos parodiantes “SiRysitas”, que perderam audiências nas sessões de
esclarecimento para ceguinhos, com promessas esfarrapadas de uma nova vida prometida
a vizinhar com a Alice no País das Maravilhas. Enfim: comédia teatral!
Se a nossa trupe de “SiRysitas” Lusitanos ganhar força e
poder, saltamos das pantufas para o abismo sem discutir a Saúde, Segurança,
Justiça, Ensino, Desemprego, Estado Social e o Crescimento do País, passando
para a paródia que eles mais gostam de discutir: “A Aldeia da Roupa Suja” dos
políticos da nova e da velha geração, que vão transformar o PS com D, no PASO
com K, formar um “Bloco de Esquerda” e direita, com os “Livres” e os ocupados, os
“Nós podemos” e os cansados, e demais “Republicanos”, que ao cair do pano vão
entregar o poder aos Tiranos para mais meio século de frio e escuridão.
“O País perdeu a inteligência e a
consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada,
os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a
conveniência. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na
honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe
média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na
miséria: Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é
considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A
certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a
parte: O PAÍS ESTÁ PERDIDO!”- “Eça de Queirós 1871”, mais atual que nunca. Tragédias
Gregas & SiRysitas Lusitanos; Que
triste espetáculo!
Sem comentários:
Enviar um comentário