domingo, 16 de outubro de 2016

Perder a vergonha, disse ela!

          Mariana, destacado quadro da esquerda “Chanel-Caviar”, doutorada em economia na “humilde” Universidade Inglesa (SOAS), onde supostamente terá refinado a teoria que para chegar a rico não é preciso trabalhar nem poupar, mas sim “assaltar” quem trabalhou e poupou.
          Mariana, a quem o ilustre comentador da Porto-Canal, Pedro Arroja apelidou de “esganiçada”, cujo “feeling” pela cobiça do alheio terá herdado do progenitor Camilo, participante ativo no assalto ao Paquete Santa Maria em 1961, denominado “Operação Dulcineia” e considerado como o primeiro ato de pirataria da era moderna. Consolidou a arte na “Operação Vagô” em 1967 com o desvio de um avião comercial da TAP que fazia ligação entre Casablanca e Lisboa, antes do assalto à dependência do Banco de Portugal na Figueira da Foz, que antecedeu a ocupação da herdade Torre Bela. Tudo atitudes “heroicas” que muita gente não achou heroicidade nenhuma.
          Sabendo que a vergonha é o último bem precioso que temos a perder, é porém coisa de somenos importância para quem nunca teve pingo-dela, e esquece que o País sobrevive graças ao esforço das pequenas, médias e grandes empresas e de seus trabalhadores, para sustentar decisões destes esbulhos que deveriam envergonhar quem tem por dever de taxar a ignorância da classe política, antes de taxar quem cria postos de trabalho, quem poupa e trabalha para manter aqueles que pensam que o futuro está no sofá à espera do subsídio da inutilidade.
          Nunca imaginei de um dia ver Cuba e Venezuela aqui tão perto, com sistemas de governação desastrosa atraídos por estas pobres criaturas que vivem do Estado para melhor poder controlá-lo, que em vez de lutar para que haja cada vez mais ricos e cada vez menos pobres, nivelam tudo por baixo para que o povo fique cada vez mais enterrado na miséria.
          Deveriam estas ilustres criaturas saber que vivem numa ilusão omnipotente, sem nunca serem capaz de entender que não há nada de mais perigoso e mais traiçoeiro que a ambição de um incompetente, que tantas vezes nos obriga a ir ao baú das memórias à procura de velhas recordações, que como as cerejas vem umas atrás das outras, para recordar um velho colega de infância que convenceu a malta a perder a vergonha de assaltar o pessegueiro no pomar do Ti-Bento ali mesmo à mão de semear, com o trágico resultado de acordar o velhote que dormia no alboio das-alfaias- agrícolas, para nos receber à sacholada até nos fazer vomitar os pêssegos antes das repentinas alterações fisiológicas para deixar também a alimentação ingerida durante toda a semana.
          Abençoado assalto infantil. A partir desse trágico dia nunca mais cobicei pêssegos alheios, dediquei-me à plantação de pessegueiros para deles colher os frutos do meu trabalho.
          Deveriam as “Marianas” deste mundo estagiar a cobiça pelo alheio no pomar do Ti-Bento, para aprender que os frutos são de quem os trabalha, e que nunca se deve servir de testa-de-ferro dos “Antónios” matreiros sem escrúpulos, capazes de rasteirar amigos e taxar a avó para conseguir estranhos objetivos da permanência no poder.
          Estas pomposas declarações são frequentes em pessoas deslumbradas e engolidas pelo mediatismo, que mais parecem de uma velha prostituta dissimulada em “Donzela-de-candeeiro” a pregar o sermão à porta da Igreja gritando aos quatro ventos que foi naquele preciso momento que acabou de perder a virgindade, quando todos sabem que só por obra e graça do Espirito-Santo, o Alfa da linha de Cintra ainda não passou por cima como justifica a  permanência da vida de tão badalhoca pregadora.
          Porém nem tudo são más notícias, resta-nos rezar para que um Tio Americano não se lembre de deixar-nos uma herança de património imobiliária com valor de um milhão de euros, que à primeira vista seria a alegria de um sonho, que depressa se transformaria na tristeza de um pesadelo.
          Parece demagogia mas não é. Imaginemos um casal cujos salários sustentam a sobrevivência familiar, e de repente lhe bate à porta a herança de um familiar com um património imobiliário de um milhão de euros, ou seja, entrou-lhe em casa uma despesa anual obrigatória com IMI de 3 mil euros acrescidos da “Taxa Geringonça” (TG) de 1000000x0,30%=3000. Enfim, mais um IMI novo de 3 encima do IMI velho de mais 3 que obriga o desgraçado herdeiro a angariar rendimentos anuais de 6 mil euros para pagar impostos e passar a viver debaixo da ponte enquanto não morre de fome.
          Dirão os mais afoitos que o herdeiro poderia vender o património herdado, que me parece impossível (com esta medida) encontrar um distraído com um milhão líquido no bolso para dele fazer o que bem entender, e cair na desgraça de investi-lo no imobiliário para candidatar-se a perder 6 mil euros anuais, sem contar as despesas de manutenção do imóvel herdado para não o deixar ir engrossar o rol esquelético do imobiliário deste País.
          Sempre ouvi dizer, quem investe as poupanças no imobiliário é porque não quer nada com engenhocas financeiras, apenas pretende acautelar-se das cíclicas desvalorizações monetárias, e nada mais.
          O vosso “Primeiro” até causa arrepios. Diz que não quer cá investidores para investir no que já existe. Deveria esta triste figura saber que, se ninguém comprar o pão existente dificilmente o padeiro voltará a aquecer o forno para cozer nova fornada, correndo o risco de fechar a porta de padaria e forno com os prejuízos daí adjacentes.
          O caminho do destino a dar às poupanças está cada vez mais estreito. Agora que o “homem” já taxou o sol e o ar que respiramos, só falta taxar os gordos para lhe cortar a gordura das lambidelas em salgados e adocicados, para depois taxar os magros que até para lamber vão estar tramados.
          A partir de agora só um tolinho-da-cabeça irá investir em património imobiliário para candidatar-se a pagar anualmente IRS(s)  da mesma coisa o resto da vida.
          Cuidado com estes fazedores de pobres que nunca criaram um posto de trabalho e que não conhecem limites porque precisam cada vez de mais dinheiro, e sendo esse bem precioso cada vez mais escasso, torna-se o pior inimigo dessa gente e de seu populismo bacoco que só acabará quando o dinheiro acabar.
          Vamos acender uma velinha pela alma do recluso 44, verdadeiro cavalheiro em vias de extinção, que comparado com esta tralha parece o Robin do Bosques, certeiro e de modo adocicado é capaz de cortar 20 milhões na gordura do Salgado, deixando aos magros o prazer de lamber, ao contrário dos “geringonços” que continuam a manter a manada de “Boys e Vacas” agrupada a pastar nas pradarias alheias à pala das poupanças do Zé.
          Nunca vi governo tão atabalhoado à deriva sem destino, sem direção e sem nenhuma razão de existir a não ser o odio rançoso pelas poupanças de quem cria empregos e paga os salários de que vivemos.
          Em tempos de poupança e de ásperos recursos apaguemos as velas destes defuntos com o sopro das palavras do saudoso António Aleixo.
          “Prometeis um mundo novo / vós lá do alto Imperio / cuidado não vá o povo / um dia levar-vos a sério. (.) Prá mentira ser segura / e atingir profundidade / deve trazer à mistura / qualquer coisa de verdade. (.) Dizer que pareço um ladrão / mas há outros que eu conheço / que não parecendo o que são / são aquilo que eu pareço.”

domingo, 14 de agosto de 2016

(CGD) “Clã de Gatunos e Delinquentes”

         

          Pois é: tantas vezes com razão se diz: “este anda a ver filmes a mais”. Também é verdade que são esses filmes que por vezes nos acordam para a realidade e para os malefícios causados pela ronha e arte-maldosa dos artistas da nossa “cinematografia” política.
          Daí o título da crónica que vem direitinho do filme “O Clã dos Sicilianos”, uma obra-prima protagonizada por um elenco de luxo com “monstros-sagrados” como, Jean Gabain, Lino Ventura e Alain Delon, entre outros de igual consagração.
          O “Clã dos Sicilianos”, relata a fuga do protagonista da cadeia com a ajuda de uma família de mafiosos dirigidos pelo patriarca da família. Em liberdade o fugitivo propõe aos cúmplices o assalto a uma coleção de valiosas joias que deverão ser transferidas de Itália, para a América do Norte.
          Se o filme se adapta como uma luva de pelica à “mafia” do nosso dia-a-dia, a culpa não é minha. E, para que a coisa não se fique pelas meias tintas, podemos comparar o filme dos mafiosos Sicilianos à nossa triste sina quotidiana, com a populaça na reles figura de tristes figurantes.
          Começaríamos por classificar as tristes figuras que perdem o fio à meada logo no início, e só no “THE END” acordam para a realidade de sempre. Nos vários escalões temos os que fazem, os que veem os outros fazer, os que criticam o que os outros fazem, os que não fazem nem conseguem ver o que foi feito, mas que em conjunto depois de arrebanhados se convertem num viveiro com produção acelerada de governantes, para transformar os poucos que fazem na vaca-leiteira do estábulo e nos palhaços do circo.
          Um amigo sem rebanho nem manjedoura, contou-me que para fazer um empréstimo lhe exigiram a hipoteca de tudo que tinha, acrescido de tudo que hipoteticamente um dia viria a ter, incluindo os avós que já tivera. Ora não tendo avós nem bens deles para hipotecar, percebeu logo à primeiro que aquele tipo de credores seria mais destinado a creditar políticos e amigos da onça. Desconsolado “a ovelha negra” decidiu levar o peditório para outra freguesia onde se respeitassem as famílias e a alma dos falecidos.
          Encaixilhar os figurantes dormentes, com os amigos da onça existentes no quadro do “Clã dos Sicilianos”, é para muitos, coisa impossível, e para outros uma feliz comparação.
          Sem ofensa para os mafiosos de alta craveira que arriscam a vida em cada minuto para conseguir transferir jóias valiosas, os políticos arrebanham famílias e se transformam em seus representantes, formando um polvo de tentáculos ramificados em todos os cargos de decisão, com poderes para a seu-bel-prazer transferir as joias da coroa sem arriscar a vida ou seja o que for.
          O polvo move-se para criar empresas fictícias, que se capitalizam sem necessidade de hipotecar os avós, funcionando apenas o tempo necessário para esconder o capital antes da insolvência, e de voltar a chamar os tristes de sempre a esticar a língua mais três palmos para pagar as favas e a recapitalização da próxima empresa fantasma.
          O mais estranho é que quando as coisas acontecem, toda a malta fica incrédula a queixar-se de nunca ter dado por nada, quando na verdade tudo é feito às claras da luz do dia, ou da noite com a luz do Mexia (tentáculo do molúsculo) que se queixa de ganhar o mísero salário d’um craque da bola com vantagem de nunca falhar os penaltis.
          Há dias num painel de comentadores, um ilustre advogado-político desfazia-se em elogios à vinda de mais um(a) político(a) para a nova administração da CGD, que por coincidência tem as mesmas inicias do (CGD) “Clã de Gatunos e Delinquentes. Quando um dos “paineleiros” lhe perguntou onde viu tantas virtudes na nova aquisição que a ele lhe teriam passado ao lado, o ilustre (lambe-botas) calou-se dando a entender que é mais rentável ficar perto de quem tem a chave da porta, em vez de arrombar com pé de cabra e assaltar de Kalashnikof, só em uso pelos que perderam a lei à vida e não sabem fazer mais nada.
          Hoje, sábios e sabichões tentam explicar à malta o buraco-negro da CGD, com a famosa tática que os pais explicam aos filhos a chegada dos manitos que vem de Paris, com a diferença de agora em vez da criançada a cegonha trazer água no bico.
          Bem-haja a cegonha que desde os anos 80 e do célebre apagão se tem fartado de abastecer o ninho, formando uma família de manitos trabalhadores e cavadores de buracos-negros com profundidade de 3 mil milhões, que o nosso primeiro António-das-cantilenas quer 5 mil milhões, para não andar chatear a malta todos os dias.
          Para que a festa seja completa falta agora assistir ao desfile dos novos galardoados, a caminho da galeria onde já mora o Sr. Comendador “Quaresma” a quem se juntarão os futuros reis-da-finta-Comendadores, tal como: “Alexandre Sobral Torres, Alexandre Vaz Pinto, Almerindo Marques, Álvaro Pinto Correia, António de Sousa, António Castro Guerra, António Vitorino, Carlos de Oliveira Cruz, Carlos Tavares, Celeste Cardona, Daniel Proença de Carvalho, Eugénio Ramos, Faria de Oliveira, Francisco Esteves de Carvalho, João Salgueiro, Luís Alves Monteiro, Morteira Nabo, Norberto Rosa, Mário Cristina Sousa, Luiz Mira Amaral, Pedro Dias Alves, Armando Vara, Mário Lino”, etc. etc.
          Agora que o vento sopra de feição a anunciar chuva forte de condecorações, depois da seca e do jejum com Pulinho das feiras, Pedro de Massamá, e com o Cavaco e a Maria, chegou agora a abundância com os beneméritos da coisa pública chefiada pelo festivaleiro Marcelo das medalhas, capaz de um dia mostrar aos velhinhos do Lar como humildemente se come da marmita, para no seguinte mostrar como se come caviar no iate do amigo Salgado, e depois recusar a Berline de gama alta na presidência, mas que não se enfastia de por a voar um Falcão da Força Aérea Nacional para ir ver um jogo de futebol a Lyon (França).
          Tudo isto recheado do “Geringonço”, António-das-Cantilenas Rei-da-Geringonça em permanente campanha eleitoral (desde que agarrou o poder pela porta do jerico) para ver se escapa à fogueira na praça pública, evitando assim transformar em cinzas a (já) defunta carreira politica.
          Enfim, tudo boa-gente trabalhadora, que pouco a pouco vai cavando bem fundo, sem grande ruido de superfície, a sepultura onde a Pátria será sepultada para a eternidade.
          Agora que a Geringonça safou-de-vez, e que a demagogia política vai avançando colidindo com a realidade de já pagarmos (IMI) o sol e o ar que respiramos, fica cada vez mais claro a fatalidade na permanência da austeridade e o regresso de mais um doloroso resgate já a caminho.
          Sem um amplo escrutínio e forte contestação a este tipo de gente, que nos promete uma democracia de eterno céu azul sem espirros nem constipações, mas que não passa de uma ditadura assolapada a fazer de nós uns anjinhos de cera a amarelecer no altar.
          Finalmente 40 anos não foram suficientes para que estes anjinhos de cera deixassem de ter medo de usufruir da liberdade que outros anjos-da-guarda conquistaram a pulso.