Nortadas do Minho
quarta-feira, 19 de maio de 2021
domingo, 14 de maio de 2017
O Tempo de Emplastros e de vergonha Nacional.
O Continente e Ilhas em alerta
vermelho, provocado pelos anticiclones estacionados em São Bento e Belém, com
fortes rajadas de Selfies e propaganda barata para entreter gente pasmada,
igual a um bando de cordeiros amansados a comer erva de duvidosa proveniência, sem
levantar o focinho do chão para pedir que lhe mudem o pasto, com o peso da
canga que suporta a Geringovernação desgovernada, tão ridícula como o sujeito descalço
vestido de Ermenegildo Zegna, a roubar velhinhas para comprar sapatos.
O Fernando, natural da Madalena
freguesia costeira de Vila nova de Gaia que todos conhecemos por “Emplastro”
sempre por detrás de jornalistas e entrevistados: Antes o Fernando era
conhecido por “Animal”, alcunha original dada pelos “Superdragões”. Afirma ser
filho de “Pinto da Costa e Victor Baía”. Na infância era tratado por
“Palhinha”. Finalmente encontrou o seu nicho de mercado no futebol a tirar Selfies
com os adeptos, a sua única praia que o tirou das esmolas nos Semáforos.
O Marcelo, natural de Lisboa que
todos conhecemos por “Presidente MarSelfies” sempre frente às câmaras para
tirar Selfies. Professor de Direito, Jornalista, comentador político, Deputado
da Assembleia Constituinte e Assembleia da República, Secretário de Estado,
Ministro e líder do PSD. Finalmente encontrou o seu nicho de mercado na “Presidência
da República” a tirar Selfies com o povo, a sua praia que o tirou da TVI, (Trampolim
de Vedetas Indigestíveis).
Não gosto de “Emplastros” artificiais
que nada acrescentam à classe, a não ser para coçar-se o umbigo e alimentar o ego
dos seus botões. Os Emplastros de contrafação proliferam como os “MarSelfies”, filho
pródigo e produto acabado da televisão, onde Dominicalmente celebrava a missa
no “Altar da TVI” para cristãos devotos que ocorriam com mais afinco à sua
homília da noite, que à Eucaristia matinal celebrada no púlpito da mesma
“Capelinha”.
“MarSelfies”, “virgem ofendida” com
as declarações do Presidente do Eurogrupo, quando este disse que gastamos as
economias em “copos e mulheres”. Não
sei em que estado ficaria se ouvisse o Tio Avelino, quando se referia por
idênticas razões ao vizinho que gastava tudo em: “Putas, vinho verde e cigarros com letras” em tempos de ásperos recursos
que nos obrigavam a conter os desejos íntimos com o que havia em casa, a beber água
fresca da fonte e fumar cigarros (sem letras) de enrolar com tabaco de onça
preta, que deixavam a língua do freguês em estado a embrulhar num cobertor.
Exemplos de populistas triunfantes
da mesma linha de montagem, temos a Cicciolina e Beppe Grillo, a pornográfica e
o comediante da Itália “Berlosconica” que resultou na concubina feita “Rainha”
e no Palhaço feito “Rei”, tal como noutras paragens, analfabetos “Jardels” também
tiveram direito a Puta-Secretaria e a ligações “Corleonecas” lá do sítio.
“MarSelfies” (o festivaleiro)
percebeu de ginjeira que com a Geringonça assanhada, não dá para sair á rua
festejar os Santos Populares, nem para continuar o ano a festejar a Santíssima popularidade
arrancada à Santa ignorância de fiéis distraídos a venerar Santos de taberna em
vez de venerar os Santinhos do Altar. “MarSelfies” sabe que quando tentar
ultrapassar a esquerda pela direita será o fim da festa. Convém que mantenha a
marcha predefinida pela Geringonça para ir o mais longe possível. Ele sabe que
quando tentar encostar às boxes não encontrará ninguém para lhe facilitar a
manobra. Ali, a corrida terminou. “O povo
anda sereno”, diz “MarSelfies” em coro com a Geringonça: Também, Camilo
dizia: “tão bom é o diabo como a sua mãe”.
Ziguezaguear da direita para a esquerda com
tal descaramento numa pista apinhada de gente, é arriscado e só ao alcance de “Emplastros”
especialistas, formados com curso de cadeirão académico, de líder partidário,
de concelheiro da República, de candidato (derrotado) à Câmara, antes de saltar
para o colo da República. Atributos suficientes que põe em sentinela os
“amigos” de direita.
Para os “inimigos” de esquerda
basta-lhe a receita de comentador-opinador de todas as matérias, de protagonista
de rábulas de engraçadinho da turma de que o povo gosta. Se tudo não basta-se,
também rezam os boletins, que é capaz de receber um Embaixador em cuecas, de
fugir dos jornalistas em mota de água, de lançar-se ao Tejo para um banho de
poluição com o mérito de sair vivo, de guiar um táxi nas mourarias com
minissaia no banco traseiro, de travestir-se de gentil coiffeur de
Balzaquianas, e até de estacionar no lugar reservado para deficientes. Sabe-se
lá o que mais virá a ser averbado a tão vasto currículo.
Certo é, que o (enterteinner)
“MarSelfies” seduziu a populaça com as mais repentinas guinadas, deixando sempre
em alerta e aberta a possibilidade de um dia abandonar a pista na primeira curva
apertada, mas só depois de ter promulgado a lei do ingresso de mais cem mil
funcionários públicos para acabar de infestar o país dos “ricos”, ao contrario
dos “pobrezinhos” Franceses, que vão cortar na gordura do Estado ao despedir duzentos
e cinquenta mil para aliviar o sacrifício do povo.
Segundo é voz corrente, a maior parte
dos novos “cem mil” zeladores da Pátria vai para muscular a segurança interna
contra os perigosos descarnados esqueletos Lusitanos. Esta, fica-me atravessada
na garganta.
Não compreendo que o “nobre” povo permita
a meia dúzia de escribas meios amaricados nos ponham a cabeça em água a repetir
vezes sem conta para trabalhar mais e passear menos, gastar menos e poupar
mais, em vez de cortarem nas gorduras deles e cessar de cortar no músculo do
povo que é a força do desenvolvimento do país.
Por exemplo, fica aqui a minha modesta
sugestão: em vez de aumentar despesas, começar a aumentar receitas com os
cortes na polícia urbana, naqueles inestéticos barrigudos, que quando o sujeito
chega à cidade e pergunta pela rua onde se pode passar umas horitas num
aconchego mais intimo para esquecer o stresse, só sabem dizer onde ficam os museus,
os tribunais e a repartição de finanças, como se um gajo depois de roer a trela,
fosse à cidade para visitar esses horrores que não interessam nem ao menino
Jesus. Vê-se na cara deles que foram traumatizados por terem engolido a sopa
sob a ameaça da farda, agora querem vingar-se nos pobres sem defesa, e na
estabilidade alheia.
Será que alguém já deixou de ser
assaltado, ou evitou que lhe gamassem a carteira, ou assaltassem a casa, a loja,
ou lhe finfassem a parceira por haver mais ou menos polícias na rua? Depois
dizem que andamos tristes, como se não basta-se os impostos, ainda querem aliviar-nos
a carteira com as multas, e nem sequer podemos estacionar como sempre em cima
do passeio ou em segunda fila, para não falar do tempo perdido a parar nos
semáforos, e no desperdício de gasóleo a cumprir os sinais de proibição, e ainda
a circular a uns miseráveis 120 nas auto-estradas com risco de adormecer ao
volante.
Mas o pior é depois de saberem que andamos
tesos como pau de galinheiro, ainda vem perturbar a intimidade do freguês, que
por falta de uns cobres para arranjar cama, tem de recorrer ao banco traseiro do
automóvel para expressar os sentimentos de afeto à namorada.
Dantes, quando era permitido apitar,
a gente andava mais contente, um vulgar sinal vermelho a passar para o verde,
transformava-se num espetáculo multimédia com enormes ganhos de tempo. Agora
temos o trânsito engarrafado com a malta a ouvir música e a mirar o “pername” das
transeuntes, que sem o apito nunca descobrem que o caminho está desimpedido. Deixamos
de apitar nas mais elementares situações. Quando um safado peão punha o pé na
passadeira, eu dava-lhe uma apitadela, que saltava logo para trás, e nunca mais
repetia a brincadeira, nos cruzamentos, o apito fazia parar os que vinham da
direita, propiciando-nos uma enorme poupança de pneus, de travões, gasóleo e tempo
ao manter alegremente a mesma marcha, tudo isto com uns palavrões em português
suave para aliviar os incómodos da mente.
Agora, todos emaranhados em “MarSelfisses”,
deixamos transformar o País em Patróika, andamos numa correria para as
consultas, a tomar “prozac” ao pequeno-almoço, já para não falar das “facaditas”
que damos para acalmar o espírito. Enfim, uma boa merda! Sugiro pois que nos
associemos a este amplo movimento reivindicativo em prol da nossa tranquilidade,
para esquecer consultas e “prozac”, transformar os cem mil zeladores Pátria a
mais, em duzentos mil sanguessugas a menos para a coisa não acabar mal. “Ontem”
perdeu-se a vergonha para ir ao bolso de quem poupou. “Hoje” quem dá lucro paga
a Segurança Social de quem dá prejuízo. Incentiva-se os “Emplastros e mediocridade.
É a vida!
domingo, 1 de janeiro de 2017
A obra-prima do Mestre, e a prima do mestre-de-obras!
Lembrar-me do Ti-Libório dá-me a maior das alegrias, até
salivo só de pensar no assunto. Era cesteiro de profissão e barbeiro nas horas
vagas. Não de barbearia coletada, mas sim de barbearia improvisada na eira dos
canastros ao pé do espigueiro, cuja mó do pé de suporte servia de mesa para os
estojos, o cadeirão era um cesto de madeira deborcado no chão.
Antes de iniciar a tarefa, nunca dispensava o tradicional
trago de bagaço que até lhe fazia levantar a boina da cabeça. Em matéria de
gastronomia não estremava uma santola da sola de um sapato. Era poeta-divino na
arte da desgarrada, dom do qual nos ia dando umas dicas que tantas vezes nos tem
safado ao longo da vida em desenrasques de aflições extremas.
Aos sábados antes da
catequese, era o dia de tosquia à catraiada. Tinha sempre a algibeira em alerta
vermelho, mas nem por isso exigia qualquer contrapartida pelo serviço prestado.
Enquanto desempenhava a tarefa aproveitava o tempo a preparar-nos para o futuro
em relação ao mulherio, assunto que muito o preocupava.
Dizia que mais tarde teríamos que haver-nos com sete
mulheres para cada um. Mas quando lhe perguntávamos por onde andavam as outras
seis para além da tia Rita, desculpava-se antes de esclarecer o assunto: “as outras são do foro confidencial”.
Na introdução à aula
de ingresso ao curso de “como lidar com o
mulherio”, era vinculativo decorar a lição com a fluidez da tabuada dos
cinco. Dizia que ter várias mulheres é poligamia, ter duas é bigamia, e ter uma
só é uma desgraça de monotonia. Sendo aleatórias as primeiras perguntas, quem
falhasse a terceira era considerado causa perdida sem futuro e sem salvação.
O mestre conhecido como bastante viajante em rabos de saia, continuava
a lição. “Quando as aspirantes ao lugar
se apresentarem é necessário que cumpram os requisitos. Não será indispensável
uma auditoria, porem há que saber se a candidata vem à crava, e como nas boas
refeições, o pão duro e a carne passada demais são motivos suficientes para
imediata exclusão”.
Mas o que mais
preocupava o Ti-Libório, era a composição da seleção com as diversas variantes.
Esposas, amantes, companheiras, namoradas e engates casuais. Tendo preferência pelas
divorciadas e viúvas, que são um género de guarda-redes e ponta de lança, indispensáveis
na formação de qualquer plantel que tenha pretensões de alcançar a liderança.
Dizia que o primeiro aspeto a ter em atenção, é saber que
uma namorada tem um desempenho diferente de uma esposa ou de uma amante. Por
isso um pequeno falho na seleção, a coisa azeda e vira em pandemónio. “Deve ter-se em conta os currículos e as
necessárias habilitações.”
Insistia porem na obrigatoriedade do abastecimento nos
vários quadrantes a tempo e horas, para evitar queixas e possíveis reclamações.
Esta medida, pelas carrancas que o homem fazia, parecia uma das mais sérias
dificuldades que mais tarde iriamos enfrentar. É que na altura ainda vinha
longe o milagre mais abrangente da história da humanidade: O Viagra, que graças
a Deus e a um médico Britânico, ao tratar de algumas doenças vasculares, obteve
desta bênção da ciência e do acaso, um louvado sejas de milhares de milhões de
filhos de Deus, de coração, “e outros órgãos ao alto”, a sorrirem à recordação dos
velhos tempos, e retirarem do arquivo aquilo que parecia irremediavelmente
perdido, para voltarem a encher as discotecas e a curtir o brilho das estrelas
graças ao milagroso comprimido, que tal como a água benta, defendo que deve ser
fornecido a fundo perdido, (mesmo antes das taxas moderadoras) para purificação
de corpo-e-alma e outras milagrosas purificações.
Recomendava com afinco que uma oportunidade perdida nesta
atividade do mulherio nunca mais é recuperada, afirmava mesmo que tudo é muito
bonito, mas teimava em afirmar que “o
amor é como o fósforo, só dura enquanto há pau”, e que a determinada altura da vida, “o Criador só nos permitirá de dormir acompanhado de um morto e dois
reformados”. Fiquei traumatizado com tão macabra afirmação; “Um morto e dois reformados!”
Aos poucos, quando a tarefa exigia algum descanso, o Ti-Libório
fincava o cotovelo na cabeça do freguês para contemplar a paisagem. Punha os
olhos a pastar a perder de vista e murmurava; “a minha terra é a mais linda do
Mundo”. É claro que tais afirmações provocavam muitas dúvidas, porque era
voz corrente que o barbeiro de ocasião nunca teria arredado pé dos arredores da
paróquia.
Emocionava-se quando falava da nossa Vila e da sua
respeitada gente. Para vincular o que dizia, contava que uma noite a praça
estava cheia para celebrar a eleição de um político. Um morador da praça (bem
conhecido) abriu a janela a murmurar: “Que tanto povo, que tantas figuras, mas
que tão pouca gente”. Quando
estas palavras me vêm à memória provocam-me calafrios.
Lembram-me os anos oitenta
quando um ilustre publicitário francês, que fazia as delícias do mundo com os
seus spots publicitários. Numa entrevista televisiva foi-lhe colocada a questão,
qual a receita para conseguir tal sucesso,
respondeu: “É importante conseguir que o
consumidor seja um idiota feliz”, e quando lhe perguntaram como é possível conseguir tal proeza voltou à carga: “é fácil por um idiota a pular de
felicidade” dando como exemplo: “um cabo
de vassoura custa um vintém, três cabos custam dois: se o idiota comprar um
fica servido e poupa metade da despesa, mas como é idiota vai comprar os três, e
quando precisar do segundo, já precisa da vassoura nova com cabo incluído.”
Passadas décadas, tal como dantes, a praça desprovida de
gente, continua a encher-se de povo, de figuras e a comemorar entusiasticamente.
Hoje basta ao político afirmar que viu D. Sebastião no Pingo Doce a comprar um
CD da Ana Malhoa para provocar aplausos e aclamações. É assim mesmo: um Mestre de-obra-prima
ou a prima do mestre-de-obras é tudo igual ao litro, e se a prima for dotada
daqueles generosos atributos, o mestre pode descalçar as sandálias e contemplar
as generosidades da prima. Um Mestre descalço e sem generosidades não vai a
lado nenhum.
A verdade-verdadinha,
é que esta juventude foi vítima de uma terrível fraude, porque a geração
anterior para além de atrasada e analfabeta nunca acreditou em nada, por isso
deixou de transmitir aos seus descendentes qualquer valor. O pior foi quando “nós”,
burros, analfabetos e atrasados, “começamos” a gritar aos quatro ventos que a
juventude é que sabia, a juventude é que conhecia os valores que iriam
construir o nosso futuro. Estas coisas não decretam nem se fazem. Não é a
juventude que sabe, mas tem a obrigação de aprender os valores que nos regem e
os que hão-de-reger o nosso futuro. Talvez esta juventude gostasse de ter conhecido
o Ti Libório e alguns dos seus exemplos, antes de andar por aí à solta,
carregada de responsabilidade sem saber o que fazer à vida.
Nós, eramos gente anónima. Eles saem do anonimato através da
casa dos segredos e do Pokémon, e ainda com incentivos Institucionais da
Geringonça para perder a vergonha de caçar a carteira de quem poupou. Ainda me
lembro do tempo que os larápios arriscavam uma surra para gamar a carteira do vizinho.
Hoje já nem isso é preciso: o governo presta o serviço de ir larapiando em nome
dos larápios para manter viva tão nobre atividade.
Esta escola de vida dá razão à profecia do Ti Libório: “Pais
trabalhadores, filhos calaceiros, netos pedintes”. “Por favor, tentem ser felizes”. Bom ano.
domingo, 16 de outubro de 2016
Perder a vergonha, disse ela!
Mariana, destacado quadro da
esquerda “Chanel-Caviar”, doutorada em economia na “humilde” Universidade
Inglesa (SOAS), onde supostamente terá refinado a teoria que para chegar a rico
não é preciso trabalhar nem poupar, mas sim “assaltar” quem trabalhou e poupou.
Mariana, a quem o ilustre
comentador da Porto-Canal, Pedro Arroja apelidou de “esganiçada”, cujo “feeling”
pela cobiça do alheio terá herdado do progenitor Camilo, participante ativo no
assalto ao Paquete Santa Maria em 1961, denominado “Operação Dulcineia” e
considerado como o primeiro ato de pirataria da era moderna. Consolidou a arte na
“Operação Vagô” em 1967 com o desvio de um avião comercial da TAP que fazia
ligação entre Casablanca e Lisboa, antes do assalto à dependência do Banco de
Portugal na Figueira da Foz, que antecedeu a ocupação da herdade Torre Bela.
Tudo atitudes “heroicas” que muita gente não achou heroicidade nenhuma.
Sabendo que a vergonha é o último
bem precioso que temos a perder, é porém coisa de somenos importância para quem
nunca teve pingo-dela, e esquece que o País sobrevive graças ao esforço das pequenas,
médias e grandes empresas e de seus trabalhadores, para sustentar decisões destes
esbulhos que deveriam envergonhar quem tem por dever de taxar a ignorância da
classe política, antes de taxar quem cria postos de trabalho, quem poupa e
trabalha para manter aqueles que pensam que o futuro está no sofá à espera do
subsídio da inutilidade.
Nunca imaginei de um dia ver Cuba
e Venezuela aqui tão perto, com sistemas de governação desastrosa atraídos por
estas pobres criaturas que vivem do Estado para melhor poder controlá-lo, que
em vez de lutar para que haja cada vez mais ricos e cada vez menos pobres, nivelam
tudo por baixo para que o povo fique cada vez mais enterrado na miséria.
Deveriam estas ilustres criaturas
saber que vivem numa ilusão omnipotente, sem nunca serem capaz de entender que
não há nada de mais perigoso e mais traiçoeiro que a ambição de um incompetente,
que tantas vezes nos obriga a ir ao baú das memórias à procura de velhas recordações,
que como as cerejas vem umas atrás das outras, para recordar um velho colega de
infância que convenceu a malta a perder a vergonha de assaltar o pessegueiro no
pomar do Ti-Bento ali mesmo à mão de semear, com o trágico resultado de acordar
o velhote que dormia no alboio das-alfaias- agrícolas, para nos receber à
sacholada até nos fazer vomitar os pêssegos antes das repentinas alterações
fisiológicas para deixar também a alimentação ingerida durante toda a semana.
Abençoado assalto infantil. A partir desse
trágico dia nunca mais cobicei pêssegos alheios, dediquei-me à plantação de
pessegueiros para deles colher os frutos do meu trabalho.
Deveriam as “Marianas” deste
mundo estagiar a cobiça pelo alheio no pomar do Ti-Bento, para aprender que os
frutos são de quem os trabalha, e que nunca se deve servir de testa-de-ferro dos
“Antónios” matreiros sem escrúpulos, capazes de rasteirar amigos e taxar a avó
para conseguir estranhos objetivos da permanência no poder.
Estas pomposas declarações são frequentes em pessoas
deslumbradas e engolidas pelo mediatismo, que mais parecem de uma velha
prostituta dissimulada em “Donzela-de-candeeiro” a pregar o sermão à porta da
Igreja gritando aos quatro ventos que foi naquele preciso momento que acabou de
perder a virgindade, quando todos sabem que só por obra e graça do
Espirito-Santo, o Alfa da linha de Cintra ainda não passou por cima como
justifica a permanência da vida de tão
badalhoca pregadora.
Porém nem tudo são más notícias, resta-nos
rezar para que um Tio Americano não se lembre de deixar-nos uma herança de
património imobiliária com valor de um milhão de euros, que à primeira vista
seria a alegria de um sonho, que depressa se transformaria na tristeza de um
pesadelo.
Parece demagogia mas não é. Imaginemos um
casal cujos salários sustentam a sobrevivência familiar, e de repente lhe bate
à porta a herança de um familiar com um património imobiliário de um milhão de
euros, ou seja, entrou-lhe em casa uma despesa anual obrigatória com IMI de 3 mil
euros acrescidos da “Taxa Geringonça” (TG) de 1000000x0,30%=3000. Enfim, mais
um IMI novo de 3 encima do IMI velho de mais 3 que obriga o desgraçado herdeiro
a angariar rendimentos anuais de 6 mil euros para pagar impostos e passar a
viver debaixo da ponte enquanto não morre de fome.
Dirão os mais afoitos que o
herdeiro poderia vender o património herdado, que me parece impossível (com
esta medida) encontrar um distraído com um milhão líquido no bolso para dele fazer
o que bem entender, e cair na desgraça de investi-lo no imobiliário para candidatar-se
a perder 6 mil euros anuais, sem contar as despesas de manutenção do imóvel
herdado para não o deixar ir engrossar o rol esquelético do imobiliário deste
País.
Sempre ouvi dizer, quem investe
as poupanças no imobiliário é porque não quer nada com engenhocas financeiras, apenas
pretende acautelar-se das cíclicas desvalorizações monetárias, e nada mais.
O vosso “Primeiro” até causa
arrepios. Diz que não quer cá investidores para investir no que já existe.
Deveria esta triste figura saber que, se ninguém comprar o pão existente
dificilmente o padeiro voltará a aquecer o forno para cozer nova fornada,
correndo o risco de fechar a porta de padaria e forno com os prejuízos daí adjacentes.
O caminho do destino a dar às
poupanças está cada vez mais estreito. Agora que o “homem” já taxou o sol e o
ar que respiramos, só falta taxar os gordos para lhe cortar a gordura das
lambidelas em salgados e adocicados, para depois taxar os magros que até para
lamber vão estar tramados.
A partir de agora só um tolinho-da-cabeça
irá investir em património imobiliário para candidatar-se a pagar anualmente
IRS(s) da mesma coisa o resto da vida.
Cuidado com estes fazedores de
pobres que nunca criaram um posto de trabalho e que não conhecem limites porque
precisam cada vez de mais dinheiro, e sendo esse bem precioso cada vez mais
escasso, torna-se o pior inimigo dessa gente e de seu populismo bacoco que só
acabará quando o dinheiro acabar.
Vamos acender uma velinha pela
alma do recluso 44, verdadeiro cavalheiro em vias de extinção, que comparado
com esta tralha parece o Robin do Bosques, certeiro e de modo adocicado é capaz
de cortar 20 milhões na gordura do Salgado, deixando aos magros o prazer de
lamber, ao contrário dos “geringonços” que continuam a manter a manada de “Boys
e Vacas” agrupada a pastar nas pradarias alheias à pala das poupanças do Zé.
Nunca vi governo tão atabalhoado à
deriva sem destino, sem direção e sem nenhuma razão de existir a não ser o odio
rançoso pelas poupanças de quem cria empregos e paga os salários de que vivemos.
Em tempos de poupança e de
ásperos recursos apaguemos as velas destes defuntos com o sopro das palavras do
saudoso António Aleixo.
“Prometeis um mundo novo / vós lá
do alto Imperio / cuidado não vá o povo / um dia levar-vos a sério. (.) Prá
mentira ser segura / e atingir profundidade / deve trazer à mistura / qualquer
coisa de verdade. (.) Dizer que pareço um ladrão / mas há outros que eu conheço
/ que não parecendo o que são / são aquilo que eu pareço.”
domingo, 14 de agosto de 2016
(CGD) “Clã de Gatunos e Delinquentes”
Pois é: tantas vezes com razão se diz: “este anda a ver filmes a mais”. Também é verdade que são esses filmes que por vezes nos acordam para a realidade e para os malefícios causados pela ronha e arte-maldosa dos artistas da nossa “cinematografia” política.
Daí o título da crónica que vem
direitinho do filme “O Clã dos Sicilianos”, uma obra-prima protagonizada por um
elenco de luxo com “monstros-sagrados” como, Jean Gabain, Lino Ventura e Alain Delon,
entre outros de igual consagração.
O “Clã dos Sicilianos”, relata a
fuga do protagonista da cadeia com a ajuda de uma família de mafiosos dirigidos
pelo patriarca da família. Em liberdade o fugitivo propõe aos cúmplices o
assalto a uma coleção de valiosas joias que deverão ser transferidas de Itália,
para a América do Norte.
Se o filme se adapta como uma
luva de pelica à “mafia” do nosso dia-a-dia, a culpa não é minha. E, para que a
coisa não se fique pelas meias tintas, podemos comparar o filme dos mafiosos Sicilianos
à nossa triste sina quotidiana, com a populaça na reles figura de tristes figurantes.
Começaríamos por classificar as
tristes figuras que perdem o fio à meada logo no início, e só no “THE END”
acordam para a realidade de sempre. Nos vários escalões temos os que fazem, os que
veem os outros fazer, os que criticam o que os outros fazem, os que não fazem
nem conseguem ver o que foi feito, mas que em conjunto depois de arrebanhados se
convertem num viveiro com produção acelerada de governantes, para transformar
os poucos que fazem na vaca-leiteira do estábulo e nos palhaços do circo.
Um amigo sem rebanho nem manjedoura,
contou-me que para fazer um empréstimo lhe exigiram a hipoteca de tudo que
tinha, acrescido de tudo que hipoteticamente um dia viria a ter, incluindo os
avós que já tivera. Ora não tendo avós nem bens deles para hipotecar, percebeu logo
à primeiro que aquele tipo de credores seria mais destinado a creditar
políticos e amigos da onça. Desconsolado “a ovelha negra” decidiu levar o
peditório para outra freguesia onde se respeitassem as famílias e a alma dos
falecidos.
Encaixilhar os figurantes
dormentes, com os amigos da onça existentes no quadro do “Clã dos Sicilianos”,
é para muitos, coisa impossível, e para outros uma feliz comparação.
Sem ofensa para os mafiosos de alta craveira
que arriscam a vida em cada minuto para conseguir transferir jóias valiosas, os
políticos arrebanham famílias e se transformam em seus representantes, formando
um polvo de tentáculos ramificados em todos os cargos de decisão, com poderes
para a seu-bel-prazer transferir as joias da coroa sem arriscar a vida ou seja
o que for.
O polvo move-se para criar
empresas fictícias, que se capitalizam sem necessidade de hipotecar os avós,
funcionando apenas o tempo necessário para esconder o capital antes da insolvência,
e de voltar a chamar os tristes de sempre a esticar a língua mais três palmos para
pagar as favas e a recapitalização da próxima empresa fantasma.
O mais estranho é que quando as
coisas acontecem, toda a malta fica incrédula a queixar-se de nunca ter dado
por nada, quando na verdade tudo é feito às claras da luz do dia, ou da noite
com a luz do Mexia (tentáculo do molúsculo) que se queixa de ganhar o mísero
salário d’um craque da bola com vantagem de nunca falhar os penaltis.
Há dias num painel de
comentadores, um ilustre advogado-político desfazia-se em elogios à vinda de mais
um(a) político(a) para a nova administração da CGD, que por coincidência tem as
mesmas inicias do (CGD) “Clã de Gatunos e Delinquentes. Quando um dos
“paineleiros” lhe perguntou onde viu tantas virtudes na nova aquisição que a
ele lhe teriam passado ao lado, o ilustre (lambe-botas) calou-se dando a
entender que é mais rentável ficar perto de quem tem a chave da porta, em vez
de arrombar com pé de cabra e assaltar de Kalashnikof, só em uso pelos que
perderam a lei à vida e não sabem fazer mais nada.
Hoje, sábios e sabichões tentam
explicar à malta o buraco-negro da CGD, com a famosa tática que os pais explicam
aos filhos a chegada dos manitos que vem de Paris, com a diferença de agora em
vez da criançada a cegonha trazer água no bico.
Bem-haja a cegonha que desde os anos
80 e do célebre apagão se tem fartado de abastecer o ninho, formando uma
família de manitos trabalhadores e cavadores de buracos-negros com profundidade
de 3 mil milhões, que o nosso primeiro António-das-cantilenas quer 5 mil
milhões, para não andar chatear a malta todos os dias.
Para que a festa seja completa falta
agora assistir ao desfile dos novos galardoados, a caminho da galeria onde já
mora o Sr. Comendador “Quaresma” a quem se juntarão os futuros reis-da-finta-Comendadores,
tal como: “Alexandre Sobral Torres, Alexandre Vaz Pinto, Almerindo Marques,
Álvaro Pinto Correia, António de Sousa, António Castro Guerra, António
Vitorino, Carlos de Oliveira Cruz, Carlos Tavares, Celeste Cardona, Daniel
Proença de Carvalho, Eugénio Ramos, Faria de Oliveira, Francisco Esteves de
Carvalho, João Salgueiro, Luís Alves Monteiro, Morteira Nabo, Norberto Rosa, Mário
Cristina Sousa, Luiz Mira Amaral, Pedro Dias Alves, Armando Vara, Mário Lino”,
etc. etc.
Agora que o vento sopra de feição
a anunciar chuva forte de condecorações, depois da seca e do jejum com Pulinho
das feiras, Pedro de Massamá, e com o Cavaco e a Maria, chegou agora a abundância
com os beneméritos da coisa pública chefiada pelo festivaleiro Marcelo das
medalhas, capaz de um dia mostrar aos velhinhos do Lar como humildemente se come
da marmita, para no seguinte mostrar como se come caviar no iate do amigo Salgado,
e depois recusar a Berline de gama alta na presidência, mas que não se enfastia
de por a voar um Falcão da Força Aérea Nacional para ir ver um jogo de futebol
a Lyon (França).
Tudo isto recheado do “Geringonço”,
António-das-Cantilenas Rei-da-Geringonça em permanente campanha eleitoral (desde
que agarrou o poder pela porta do jerico) para ver se escapa à fogueira na
praça pública, evitando assim transformar em cinzas a (já) defunta carreira
politica.
Enfim, tudo boa-gente
trabalhadora, que pouco a pouco vai cavando bem fundo, sem grande ruido de
superfície, a sepultura onde a Pátria será sepultada para a eternidade.
Agora que a Geringonça safou-de-vez, e que a
demagogia política vai avançando colidindo com a realidade de já pagarmos (IMI)
o sol e o ar que respiramos, fica cada vez mais claro a fatalidade na permanência
da austeridade e o regresso de mais um doloroso resgate já a caminho.
Sem um amplo escrutínio e forte
contestação a este tipo de gente, que nos promete uma democracia de eterno céu
azul sem espirros nem constipações, mas que não passa de uma ditadura
assolapada a fazer de nós uns anjinhos de cera a amarelecer no altar.
Finalmente 40 anos não foram
suficientes para que estes anjinhos de cera deixassem de ter medo de usufruir da
liberdade que outros anjos-da-guarda conquistaram a pulso.
quarta-feira, 8 de junho de 2016
Cuidem-se, os Santos Populares
Com maior ou menor convicção, já
todos nos perguntamos onde é que isto vai parar. Para muitos vai parar longe,
para outros já foi longe demais. S. Marcelo, mais popular que os santos da
concorrência, (incluindo o António protetor dos animais), não tem dias de festa
marcada. O ano todo é de foguetada, de desfiles a dar pelas barbas aos Bairros
da Bica e de Alfama, com o pagode a seguir a rusga apanhando as canas, à
procura da doçura do mel antes lamber as amarguras do fel a das promessas que nunca
mais saem do papel.
Sabíamos de ginjeira que S. Marcelo
não fazia milagres. Mesmo não sendo daltónico, sua santidade acha que preto e branco
são iguais, permitindo assim mamar nas tetas todas, dando razão ao
padrinho-Coelho que ao batiza-lo de “cata-vento” acertou na muche que nem Robim
dos Bosques no tiro-ao-arco.
Poderemos (talvez) atribuir ao Santo, o milagre de ainda não ter
morrido afogado na praia do Guincho ou envenenado nos terminais do saneamento
público alfacinha do Rio Tejo, quando no célebre mergulho de campanha eleitoral
lhe terão avariado os ponteiros, transformando o mergulhador em comentador, e
depois em S. Marcelo dos aeroportos que aparece por todo o lado mais a miúde
que a Sª do Caravággio.
É portanto de presumir que desta
santidade ninguém levará nada. Cuide-se o António com as frequentes variações da
meteorologia e da direção dos ventos. O “cata” usará toda a devoção para seguir
o vento que passa protegendo antes de tudo a vaidade dos seus botões e a
popularidade do seu umbigo.
O António, esculpido do mesmo
pau, sobejamente conhecido pela lealdade a Seguro que normalmente deveria
morrer de velho, mas que viu esfumar-se-lhe a alma e o futuro político na flor
da mocidade.
Dizem os entendidos que o António,
intruso no 13º Governo da Republica é mais perigoso que seu antecessor, recluso
44 de Évora que delirava sozinho. O António, entusiasmado pelos “compagnons de
route” que lhe conferem uma lata ainda mais descarada que a do seu antecessor,
sem pingo de vergonha que até obrigou o inquilino de Belém a considerá-lo de “otimista
irritante”, mesmo se em tempos idos foi seu docente e lhe atribuiu (sem saber
ler e escrever) a nota de melhor aluno, que pelos vistos não quer repetir neste
novo “período escolar”.
Considerações e irritações proferidas no lançamento do recauchutado
“Simplex”, onde o “bom aluno” ofereceu uma marionete transformada em vaca
voadora à anfitriã do evento, que perante a plateia (do estábulo) repleta de
“Boys e Vacas” ficaram todos alucinados de ver a vaca voar com o futuro deste
País.
“Simplex” generoso, que tão bondosamente
vai “simplexar” a vida da gente, pegando a gente pela mãozinha para preencher a
folha do IRS, e assim poder limpar a gente do resto dos pozinhos que ainda ficaram,
para que a gente fique pobrezinha, limpinha mas honradinha.
E eu, que desgraçadamente sou “pobrinho”
não vou usufruir de tanta generosidade, depois de uma vida inteira a contribuir
com língua de três palmos para o bem comum, preenchendo as ditas cujas, que para
além dos “pozinhos” também me levaram a testosterona e a vontade daí adjacente,
em troca das queixas e lamúrias que todos os santos-dias tenho de ouvir e
suportar lá em casa. Finalmente com o passar do tempo consegue-se entender
melhor aqueles nacos de relíquias da sabedoria popular. “Quem faz bem ao comum, não faz bem nenhum!”
Abençoada geringonça que tantas nos
têm contemplado. Pela calada da noite à luz da EDP, contemplou a malta com mais
seis cêntimos de imposto na gasolina, para mais tarde a contemplar com a baixa
de um, ao mesmo tempo que as gasolineiras vizinhas baixavam três, transformando
a baixa de um no aumento de dois para acrescentar ao peteiro dos seis que já lá
moravam. E lá vão oito.
Quem no seu perfeito juízo vai investir mais um cêntimo num país em queda
constante no investimento. No crescimento. Nas exportações por não ter bens
para vender. Nas importações por não ter dinheiro para comprar. Que em meio ano
destrói 70 mil postos de trabalho. Onde uns só querem trabalhar 35 horas,
outros tem que trabalhar 40, outros gostariam de trabalhar 50 e não podem
trabalhar nenhuma. Outros que tanto pouparam durante gerações para conseguir
fazer três casinhas e agora com o IMI progressivo vão tem de vender a terceira
para pagar o IMI das outras duas. Onde as pensões são de miséria e o governo faz
um violento esbulho de 1400 milhões à Segurança Social para financiar a
reabilitação urbana em Lisboa. Onde se fecham escolas para abrir Bordeis. Onde
se fecham Hospitais para financiar arraiais. Onde os idosos morrem abandonados.
Onde 30% das crianças passam necessidades. Onde se dificulta a produção do
repolho e facilita a produção da canábis. Onde é prioritário trocar o cartão de
cidadão pela carteira de cidadania. Onde aos 16 o Manuel se pode transformar na
Maria. Onde se põe a mais velhinha profissão do mundo a pagar IRC para
alimentar a Geringonça & Companhia. É isto que incentiva a poupança e o
investimento neste País?
Não é portanto de estranhar que a
seguir aos 14000 mil milhões que passaram a fronteira a salto nos últimos
quatro anos, outros tantos tenham já passagem paga de ida (sem volta) para
viajar nos próximos quatro.
Por este andar, acabaremos todos a trabalhar
para a geringonça, recordando os países da mesma doutrina que põe cinquenta operários
a descascar um pinheiro (para criar emprego), dividindo depois um salario
mínimo por todos no final do mês. Ou seja 10€ mensais divididos em 30 cêntimos
à jorna, e “vivóvelho”.
Pensando bem, só um tolinho-da-cabeça
sem dois dedinhos de testa deixará que o bicho lhe pique o milho que ainda tem no
canastro. É portanto uma “Lapalissada” concluir que não havendo milho não
haverá pão, e que acabaremos todos a dançar na eira descalços com as palhas à
cinta de flecha em punho a cantar o “Tumbalalá” ao Chefe Bruxo da Tribo.
Estas uniões de fato (e gravata)
por conveniência, entre mergulhadores de salto-em-parafuso-com-botas e
capoeiristas-descalços, nunca darão certo. Quando um dos nubentes vira costas é
logo atraiçoado pelo outro acabando sempre o dia à cornada.
Faz recordar-me as “Ratas-de-Sacristia” quando se encontravam à entrada
da missa do domingo a acotovelar as filhas. “Chama-lhe filha, antes que a filha
dela te chame”.
Peitudas e bondosas, faziam as delícias dos veteranos (& Companhia)
que comentavam: “Olha que par de mamas, Belino”. “E para que servem as mamas?” Respondia
Belino: “Para manter o homem à nascença e para depois continuar a mante-lo
vivo, seu burro!”
Se a presidência parece uma turné
de música pimba, a governação não vai por melhor caminho. Isto é mesmo uma
geringonça ensarilhada que já ninguém encontra a ponta por onde lhe pegar.
Depois acusam-me de ver sempre o
copo meio vazio. Porem tudo mudou, agora já nem o copo consigo ver. E se fosse
corajoso até diria que esta é a conjuntura política mais manhosa e assustadora
que vivo pós o 25 de Abril.
Tenho que dar o braço a torcer.
Depois de tanto malhar em “Cavaco e Coelho” por estar convencido que nada de
pior nos poderia acontecer, reconheço ter-me enganado redondamente, comparado
com o forrobodó que vejo hoje até me apetece citar o velho ditado popular. “Atrás de mim virá, quem de mim bom Fará”.
E pronto: enquanto continuamos
apeados, teremos sempre vacas voadoras ao almoço, afetividade e música
celestial ao jantar, com os protagonistas a cantar a Grândola Vila Morena como
o Zé Cabra canta os tomates do padre Inácio, nesta “desgraçada” Republica
Portuguesa cada vez mais desprovida de pão e vinho sobre a mesa.
Finalmente, eles fazem milagres! Já temos as vacas voadoras do António. Faltam
os porcos a andar de bicicleta do Marcelo! Se a razão tem sempre razão, espero
que desta vez a razão não tenha razão tarde demais!
domingo, 24 de abril de 2016
O, Wing-Chun, do Legionário
Já poucos se lembravam do
“Mandarim” quando regressou à terra natal. Agora conhecido por “Legionário”, nome
que conquistou depois de alistar-se nas forças especiais da Legião Estrangeira
Francesa para combater na guerra da Indochina (atual Vietnam do Norte, Camboja
e Vietnam do Sul) ao lado das Forças Armadas Francesas.
Homem educado, de fino trato, admirado de todos, de escassas mas de pesadas palavras, alheio aos disque-se-disse e aos cochichos de lareira. Lobo solitário portanto, que caçava apenas para suprir as mais prementes necessidades indispensáveis à sobrevivência.
Homem educado, de fino trato, admirado de todos, de escassas mas de pesadas palavras, alheio aos disque-se-disse e aos cochichos de lareira. Lobo solitário portanto, que caçava apenas para suprir as mais prementes necessidades indispensáveis à sobrevivência.
Um final de tarde como tantas
outras, estávamos velhos e novos reunidos (matilha incluída) no largo da
encruzilhada a ouvir as notícias trazidas pelo companheiro da “Calina”, um
alfacinha-de-gema com cabedal valente, para além de outros valentes cabedais
que tinha na conta-corrente. Conhecido por “amigo-da-onça”, (não pelas
corriqueiras e habituais razões mas) porque enrolava cigarros com tabaco de
onça-preta.
Quando enrolava um cigarro a onça
caiu-lhe ao chão. O Legionário com estranha cortesia em uso naqueles tempos,
apanhou a onça que entregou ao visitante. Este, ao ver tão obediente
disponibilidade voltou a deixar cair a onça, e sem pingo de cortesia ordenou ao
Legionário para voltar a apanhá-la.
Até ali tudo bem. Todos
presenciamos a cena até ao momento que o Legionário se baixou para fazer o frete.
A partir daí foi com se a fita partisse ao meio, provocando uma branca na malta,
que só depois de a branca ir à vida voltamos a ver o “amigo-da-onça” (preta) a cores,
sentado dentro da pia de pedra que servia de bebedouro das galinhas. A Guarda veio,
tomou conta da ocorrência sem testemunhas, apenas com as declarações do
Ti-Bento que afirmava ter visto naquele preciso momento duas galinhas a
depenicar milho no chão. Ora não havendo milho por ali, a investigação concluiu
que as galinhas depenicavam os restos mortais do sorriso do “amigo-da-onça”, que
lhe tinham saltado da dentição para o chão, e dali para o papo das poedeiras.
A curiosidade era muita, mas o
Legionário não descosia o segredo. Só passado algum tempo quando a malta
regressava da escola, depois de um desaguisado-sério com os repetentes da 4ª do
lugar vizinho, roupa esfarrapada, arranhões e nódoas negras na cara e afins,
para além da desgraça da minha samarra alentejana novinha em folha ter deixado o
pelo da gola no campo de batalha. Só então o Legionário pediu ao Tio-Bento para
nos reagrupar que queria ter uma conversa connosco no seu quinteiro.
Mandou-nos sentar à “birmanesa” e
começou por pedir-nos para jurar de nunca agredir ninguém, de nunca frequentar
locais propícios a desacatos, de só se defender das agressões depois de
esgotadas todas as soluções, e só em risco de vida tentar defender-se de armas
brancas acrescentando: “mais vale um cobarde sem carteira vivo, que
um herói com carteira morto”.
Regras a mais para os princípios de
quem tinha sede da desforra com os repetentes da 4ª já no dia seguinte. Metade da
malta desistiu das aulas ao primeiro dia, preferindo passar o resto da vida a
comer “pela medida de Castro” que jurar amor eterno a tão apertadas restrições.
Na aula seguinte o Legionário desenhou
um boneco numa pequena lousa com caixilho de madeira, marcou um traço vertical no
centro do boneco e outro horizontal à altura dos ombros. “Esta é a linha central que
devereis defender. Rosto, garganta, plexo solar, testículos, joelhos, canelas e
tornozelos. A vossa linha central é a do vosso adversário que devereis atacar.
Ignorai as partes periféricas do corpo. O mais rápido para chegar de um ponto
ao outro é uma linha reta, razão pela qual a vossa posição de defesa será
sempre em frente à linha central do agressor e à distância do vosso braço-ponte
que serve de radar para captar tudo que tente passar por ali. Há que respeitar
as regras mantendo-se sempre descontraído economizando os movimentos. Caminho livre
– seguir em frente. Caminho ocupado – manter-se colado. O agressor força –
deixar passar. O agressor recua – seguir e manter-se colado”.
“O wing-chun não bloqueia para atacar,
ao defender ataca em simultâneo. Não tem graduações nem regras, sendo uma
prática de defesa pessoal, a única regra é imobilizar o agressor. Se demorar
mais de cinco segundos para despachar o adversário há 90% de possibilidades de
perder a batalha.”
Tudo começou pelo “Siu-Lin-Tao”, um
género de coreografia com 108 movimentos que só depois de percebe-los seguiu o “Chi-São”
treinado com um colega para aprender a sensibilidade e os reflexos tácteis. Mais
tarde veio o “Chan-Kiu” para aprender a olhar o agressor de ângulos diferentes
e para sincronizar os membros superiores com os inferiores. E só muito mais tarde
veio o “Biu-Jee” para aprender a concentrar toda a energia numa só batida
usando mãos e cotovelos com o corpo em rotação.
Aqui chegados a procissão ainda
não saíra do adro. O legionário foi cortar a ponta de um carvalho que enterrou
no chão ao lado do canastro, deixando de fora a altura de um homem com dois
galhos do tamanho do antebraço ao nível dos ombros, outro galho ao nível do
plexo solar, e mais um a servir de perna como quem vai chutar. Batizado de “Parceiro”
servia como corretor dos ângulos e das técnicas aprendidas anteriormente. A
prática constante desenvolvia força, energia e potência dos braços punhos e
pernas.
Quando chegou a fase do bastão e das
armas brancas já só restávamos dois, e também tinha chegado a hora de fazer-se
à vida. Na altura não era uso ver filhos e netos de barba rija a viver à pala
dos avós e dos pais. Não éramos piegas nem precisávamos do acordo de Schengen
(que andava a monte), nem dos voos low cost e do TGV à porta. Umas pedreiras em
cabedal-de-boi eram suficientes para ir a pé à procura de uma vida mais digna,
ao contrário de muitos mamões, que dificilmente encontrarão uma vidinha melhor
do que aquela que tem.
Passados alguns anos chegou a notícia
que o Legionário tinha acertado contas com o Criador. Paz à sua alma e obrigado
pelas sábias recomendações que sempre nos evitaram de por em prática a teoria
da sua arte.
Recentemente na companhia de um
velho amigo (que nunca entendeu nada do o “Siu Lin Tao”) visitamos o quinteiro
do Legionário, agora povoado de silvas que invadem as imediações. Com algum sacrifício
conseguimos abrir caminho até ao canastro. Imponente, em posição de “Jum-Sau”,
o “Parceiro” com dois palmos de corrente do cão (corroída pelo tempo) pendurada
no braço direito, no esquerdo baloiçava o pedaço da asa de uma cesta de
madeira. Em harmonia como quem dança a ultima valsa, reatamos a sessão de
treino outrora interrompida.
Terminada a sessão pareceu-me
ouvir: “quarenta anos de longa espera, para que este “Badameco”
me venha acariciar como uma velha prostituta”. Fiquei ofendido. A valsa
terminou. Pendurei a casaca no trambelho da cancela, voltei para acertar as contas
com o “ Parceiro”. Um duplo Bong-Sau / Gan-Sau, reforçado de Junk-Tekj au nível
da virilha, foram suficientes para desenterrar o Parceiro do chão. Com falta de
treino para a queda foi bater na mó do canastro e partiu um braço. Com falta de
treino para o ataque parti um dedo, pedi ao amigo carpinteiro para enterrar o “Parceiro
“e para curar-lhe o braço com cola branca da madeira. Pedi à mulher para me encanar
o dedo com duas caninhas. Os combalidos foram para convalescença com a promessa
de voltar à carga antes que a história seja definitivamente contada. Isto não vai
ficar assim…
domingo, 14 de fevereiro de 2016
“Quem me quer não quero eu”
A situação dos refugiados recorda-me
a frase do Sr. Avelino, (quem eu quero
não me quer, quem me quer não quero
eu), que regressou do Brasil mais teso que pau de galinheiro, mas satisfeito
porque não emigrou para fazer fortuna mas para ganhar a senhoria que o
arrancasse do lote de um Avelino qualquer.
A frase era repetidamente
badalada quando a conversa encalhava no seu enlace matrimonial. O “Sr.” tinha
várias pretendentes ao cargo, mas quando se lhe apresentava uma das que, “quem me quer não quero eu”, fazia
questão de fazer-lhe a prova do algodão que terminava sempre num berbicacho por
culpa da falta de eletricidade e de água corrente, e ainda o bônus do fumo da
lareira que levou a senhoria do Sr. Avelino a findar a vida solteiro com a frase
e o saquinho do algodão pendurado na cabeceira da cama.
Tal como o Sr. falecido, os
refugiados também fizeram a prova do algodão ao nosso País, agora com
eletricidade, água corrente e o bonos do ar climatizado, o nosso querido País continuaria
solteiro com o triste resultado de o algodão ficar mais sujo que o chapéu de um
pobre à moda antiga com tanta porcaria que anda por aí.
Já nem se consegue realçar aquilo
que temos de bom. Um dia um colega estrangeiro quis saber o nome de um prato típico
da nossa gastronomia. Sugeri-lhe o bacalhau, (palavra que nunca conseguiu
pronunciar corretamente) e para descrever-lhe o tipo do produto com a mão a ondular
como quem vai a nadar, lá consegui transmitir-lhe que se tratava de um peixe. O
colega foi comprar uma folha de “bacalau”, e só no dia seguinte quando vi que o
homem deitava lume pela boca e que os pipos da cerveja não conseguiam apagar as
lavaredas, me lembrei de ter esquecido de o alertar para por o (bacalau) a demolhar
pelo menos durante um dia. Quando depois convidei o amigo para visitar o meu País,
respondeu que nem com uma corporação de bombeiros à perna cá poria os pés.
Outra vez, quando orgulhosamente mostrava
Portugal no mapa a uma colega, (também estrangeira) respondeu-me que aquilo
parecia um campo de futebol e que se o Eusébio marca-se um canto com mais força
teria de comprar barbatanas para ir buscar a bola au mar, ou então teria de tirar
o passaporte para ir busca-la à Espanha.
Mas como não há duas-sem-três, depois
de uma vida a virar frangos por aí, consegui encontrar um país com um povo igualzinho
ao nosso. Nos dias de festa todos levavam uma galinha viva que atiravam aos
crocodilos do pântano antes de, entusiasticamente começar a aplaudir e cantar.
O chefe lá do sítio viu que não tínhamos galinha, ofereceu uma à minha colega,
que menos bondosa com a bicharada, tratou de meter-lhe a cabeça debaixo da asa
para a adormecer antes de enfia-la sorrateiramente na bolsa da velha mota (com dois
selins de molas e matricula no guarda-lamas da frente) que tínhamos alugado
para as nossas deslocações. Os crocodilos f….am-se, e nós saboreamos naquela
noite o melhor arroz de cabidela que me lembre desde que sou gente.
A única diferença entre lá e cá, é
que isto é muito mais pantanoso, com a tradicional capoeira substituída pelo
aviário para dar vasão a tanta procura, com tanta gente que prefere bater palmas
à bicharada que saborear o delicioso arroz de cabidela.
É por isso que os refugiados
terão recusado a nossa bondosa hospitalidade, com receio de também serem
confundidos com demais aves do mau agoiro para alimentar os predadores do
pântano.
O mundo é demasiado pequeno, e os refugiados
sabem de ginjeira que não conseguimos sair do “lixo”, que somos tratados de
piegas e de burros que puxam a carroça por tudo quanto é sítio no mundo. Eles
sabem que os nossos governantes andam há meio século a mostrar o que valem, e que
na verdade mostraram valer muito pouco. Apenas tem mostrado habilidade para convencer
os amnésicos de sempre a procurar a côdea no ninho da casota do cão, sabendo de
antemão que no lugar da côdea vão encontrar as pulgas que o Bobby lá esqueceu.
Os refugiados dão um exemplo de coragem
a esta espécie de gado manso que pasta toda a erva que lhe põe pela frente.
Preferem morrer debaixo das bombas do (seu) Oriente, que naufragar no lodo do pântano
do (nosso) Ocidente onde presente e futuro se afogam para sempre.
Eles sabem que um País cheio de
idosos a morrer abandonados, outros a morrer nos corredores (da morte) dos
hospitais, reformados e crianças a passar fome, é um país que não serve de
exemplo nem de asilo para ninguém, a não ser para os entusiastas seguidores dos
crocodilos do pântano.
Os refugiados sabem que esta malta
tem estômago para tudo, até para caçar os €6000 de ajuda comunitária (por cada)
para depois os abandonar à sua sorte.
Quem no seu perfeito juízo escolhe
um país onde a palavra de honra é letra morta? Um país onde quem perde eleições
governa, e quem ganha é governado? Onde se transmite aos jovens os míseros exemplos
que para conseguir na vida é preciso rasteirar os amigos e praticar trafulhices
para lá chegar? Os nossos governantes são o rosto desse triste exemplo.
Os refugiados sabem que esta
gente já não consegue dissimular a falsidade com que geneticamente vive. Até sabem
que já substituímos as comemorações do dia da liberdade e da implantação da
república para comemorar os aniversários das saídas de políticos corruptos dos
calabouços. Vergonhas que cavalgaram fronteiras e que destruíram a
credibilidade do nosso País. Agora rezemos-lhe pela alma.
“Um dia, num futuro que não vem longe, uma estranha frota de velhos
navios corroídos pelo tempo e pelo uso parte do golfo de Bengala e ruma em
direção à Europa. Traz a bordo um milhão de estropiados, os esfomeados dos
“países subdesenvolvidos”, que, cansados da miséria, resolvem bater às portas
do paraíso do homem branco”. Assim foi feita a apresentação do livro,
“Mortos/Duzentos milhões/Todos nós”, de Jean Raspail, que parecendo uma obra de
ficção é sobretudo uma obra de antecipação não exatamente científica.
A velha frota de navios corroídos
pelo tempo ainda não largou as amarras do golfe de Bengala. É do mar egeu que
os velhos navios corroídos pelo tempo largaram amarras com centenas de milhares
de famintos e estropiados que o paraíso do homem branco intencionalmente estropiou.
Nada acontece ao acaso. A Europa fabricou
famintos para legitimar a velha tradição terceiro-mundista de levar galinhas à festa
para alimentar os predadores do pântano e para mostrar ao inobediente homem
branco que é proibido apreciar o arroz de cabidela.
Finalmente é preferível morrer
solteiro, que viver o resto da vida entulhado na porcaria. Sábia frase do Sr.
Avelino. “Quem eu quero não me quer, quem
me quer não
quero eu”.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
A maldição das Troikas
Sem tempo para respirar nem para
colar os cacos deixados pela Troika dos ricos que tinha tudo e queria mais, eis
o milagre das rosas com a Troika dos depenados que não tem nada e quer tudo, liderada
por alguém que odeia quem ganha por “poucochinho”, adora quem perde por “muitochinho”, e acha que com “trafulhices
e rasteiras” pode governar um país e um povo, medindo os dois pela bitola dos da
sua laia.
Pobre classe média. Mercadoria e escravatura dos tempos modernos, outra
vez entalada entre pobres e ricos, a rezar pelo Marquês de Pombal, para a libertar
do garrote asfixiante que a levará até ao cadafalso.
Faz lembrar-me um casal com
filhos, uns, ajudam os pais, outros, criticam tudo, dão lições de moral a toda
a família como se deve gastar, sem saber por onde lhe pegar para ganhar e poder
pagar, esbanjando tudo nos copos, até á destruição da família e do património familiar.
Só quem anda distraído poderá
ficar surpreendido com o espetáculo deprimente a que assistimos. Desta geração de
políticos dificilmente se poderia esperar melhor. É só retorica de ataque e
defesa, de resto nada mais.
Sendo católico praticante de vez-enquanto, prometo
ao Pai-do-Céu, neste momento miserável, um sermão e missa cantada com mais de
dez padres, para agradecer o milagre de neste interregno de “Desgovernação”, nos
libertar desta canga, e varrer de uma ponta à outra, com este saco de gatos
assanhados, mandando-os alimentar-se ao caixote, lá onde eles e as agências de
rating colocaram um dos Países mais tranquilos do mundo: LIXO.
Há dias li o comentário de um
leitor, relacionado com o artigo de um jornal Espanhol que dizia: ”Portugal, aquele País maravilhoso arrisca-se de ser governado por um político sem
escrúpulos”. Lembrei-me logo de uma antiga fiada na freguesia vizinha, onde
os anfitriões não acharam graça nenhuma de nos ver a querer contar a história
da carochinha às suas mossas. O Meia Leca que por razões obvias só valia por
metade, viu que a coisa ia descambar para o torto e que o “futuro” estava do
outro lado, foi completar a meia dúzia dos cinco (rivais) e meio, obrigando-nos
aos dois colegas a aguentar a parada, e decidir por unanimidade a prudente
decisão de dar à sola em retirada apressada, iluminados pelo luar, que na fuga
nos dava pelas costas a projetar a nossa sombra lá para a frente, com o meu colega
a gritar: “ foge pá que esses gajos são uns gigantes do c…lho”.
Já em terreno mais acolhedor,
esperamos de escopeta apontada, carregada com cartuchos a cacos de pote. Os
gigantes não vieram saborear os cacos. Porem, não consegui demover o colega,
que fez questão de esperar o (cobarde) Meia Leca, para aquecer-lhe o pelo e
atirá-lo em pelota à corga. Isto traduzido em linguagem-chá, é o mesmo que
mimar o amigo com o mesmo miminho que nos deseja, atirando-o ao riacho tal como
Deus o atirou ao mundo, antes acender uma fogueira com a roupa para espalhar o
frio de uma espera tão longa e gelada.
Será a maldição das Troikas?
Nunca pensei chegar à idade que cheguei para ficar órfão de quase tudo aquilo
que mais admirava. Na política vê-se por aí uns “Gringos” que casam por
conveniência, cujo projeto de vida se limita à divisão do valor das prendas,
sem outro horizonte nem outro futuro para os filhos e para o dia de amanhã.
Outros, com postura mais bondosa e mais “cool”, saltam logo para uma “menage-a-trois”
com quatro, a curtir mais uns momentos “bacanas no ripanço”, deixando o
abastecimento da manjedoura ao critério da parolada, e o mundo nas mãos de Deus
para que tenha mão nele já que é fruto da sua invenção.
O mesmo é dizer, que votar neste
tipo de gente é saltar no desconhecido, e certificar-como-bom aquilo que mais se
deve condenar no comportamento de alguém ao longo da vida. Cobardia e deslealdade.
Isto não vai pelo bom caminho e
não se vislumbram abertas nem melhorias para os próximos tempos. Muita
juventude pensa que a vida é um filme, e que um governo é um jardim-de-infância
mas não é. Só deveria poder governar quem aprendeu algo na vida, e que em final
de carreira colocasse aquilo que aprendeu ao serviço da comunidade. Que mais- valia
traz um “rapazote”, que em casa precisa dos pais para lhe assoar o nariz, que
em vez de pegar no pau do cabo da picareta para trabalhar, pega no pau da
bandeira partidária para sentar-se à mesa do Orçamento do Estado a lambuzar à
custa da miséria do povo? Depois queixamo-nos da desgraçada vida que temos.
A ideia que a vida é um filme é o disparate de um povo que adora olhar
para a lua através da sargeta dos esgotos onde vive. Em vez de limpar a
porcaria que tem à volta, prefere sonhar que pode sair dali com azinhas ou que
o Pai Natal e o governo os virão desenterrar.
Sei que nós Portugueses, quando nascemos, nascemos sempre para ser
grandes. Mas por esta ou por aquela razão, nunca passamos de pequeninos e a
culpa nunca é nossa. A culpa é da crise, dos mercados, da Europa, do azar, do
governo, da oposição, da falta de subsídios, das cunhas, dos políticos, dos capitalistas
e dos chupistas, do sol e do frio ou até dos “c…ões do padre Inácio”. O mundo
parece conjugar contra esta espécie predestinada a ter um lugar ao sol, mas que
a p.ta da vida teima em deixar ao relento sem nunca percebermos pela alma de
quem.
Nunca mais entendemos, que o mais
normal é que existe sempre alguém melhor do que nós, a querer mais do que
aquilo que queremos, o que é para nós uma grande chatice. Quando era pequeno também
queria ser padre, embora hoje reconheça que seria uma desgraça, com a agravante
de agora não poder desabafar com o filtro do costume. Parece porém uma
“lapalissada” dizer, que quem é bom chega sempre lá, e quem não o é fica com o
que há. Resumindo e concluindo, cada um tem aquilo que merece.
Se a vida fosse um filme e cada um fizesse o que lhe apetece, não
existiriam homens do lixo, contínuos nas escolas, manicuras, cangalheiros,
caixas de supermercado, estafetas, padeiros e porteiros, pedreiros nem
carpinteiros. Enfim, tudo profissões com as quais ninguém sonha mas sem as
quais não conseguimos viver. Muitos não terminaram a escola obrigatória. Mas
são muito mais inteligentes, espertos e felizes, que toda essa carrada de amestrados
que mete dó a arrastar penosamente a alma pelas ruas da amargura.
O sonho só se da bem com os
poetas. Quanto ao resto, é o acordar que importa para ver que há sempre alguém
melhor, e não ter medo de fazer outra coisa, mesmo se isso implica fazer algo
contra aquilo que estudamos, e receber um terço daquilo que sonhamos. Cada um é
pago por aquilo que vale, na verdade quando começamos valemos muito pouco. Um canudo
no bolso, só serve para iludir na política, de resto a vida não deixa de ser o
que é.
Diz o povo que sonhar não custa, razão pela qual não vale a pena
sonhar. As empresas borrifam-se para os sonhos dos aspirantes a doutores. O povo
deverá evitar problemas, borrifando-se para os aspirantes à mama da mesa do
orçamento do estado. Há que fazer-lhe baixar a crista, vestir-lhe o fato de
macaco e mandá-los trabalhar.
Os jovens que admiro, são os que
procuram trabalho, e que deixam essa coisa rara do emprego para os apaniguados
e para paus mandados. Os jovens que trabalham são o nosso futuro. Depois de
resolver a vidinha familiar colocarão ao serviço da comunidade o que aprenderam
ao longo da vida. Os mamões são a nossa desgraça.
Para os aspirantes à mama, e para
os mamões no ativo, aconselho a teoria do meu colega. Aquecer-lhes o pelo e
atirá-los à corga em pelota, e acender uma fogueira com a roupa para espalhar o
frio que nos fazem passar.
Acabou a era dos governos Caloteiros e presidentes Politiqueiros. Entrou a dos Sendeiros e dos Trauliteiros.
Assim nunca mais é sábado, nem a Troika nos desampara
a loja.
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